quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Confissões no regresso

Confessamos que está bem difícil largar desta coisa boa chamada férias, ainda é verão, e depois de tanto tempo privados delas, ainda enamorados, é relutando que enfrentamos o trânsito da capital mineira rumo às lides.

Agora que fomos alçados à categoria de cidadãos que desfrutaram de tamanha maravilha, (no ano que vem pode não haver, daí o tempo verbal escolhido). Tudo poderá voltar a ser como antes... Pois, bem, agora que atingimos, mesmo que precariamente esta categoria de civilidade, estamos assim, apaziguados, enaltecidos com esta nesga do Estado Democrático de Direito.

Da mesmo jeito que ficou o Seo Júlio Damasceno lá nos rincões de Ibiracatu/MG, Comarca de São João da Ponte,  nos primórdios da militância. Para os que estiverem com calor demais para procurar o fato neste Blog, resumimos, o lavrador, rústico, empoeirado, sucumbido ganhou alma nova depois que teve o juiz de direito em inspeção na sua lavoura de mandioca e conheceu a sua casinha na roça.

Virou cidadão depois da visita e da liminar de manutenção de posse. Trocou a roupa surrada por uma camisa social azul clara, fez a barba, desempenou a espinha e trocou a sacolinha de plástico laranja por uma modesta, mas elegante capanga, e passou a circular altivo pela comarca. O que o Direito não faz pela pessoa...

Pois, estamos assim, altivos e devidamente honrados com as curtas porém luminosas férias. Enfim, provamos depois de longo recesso do gosto dos direitos mínimos de todo trabalhador. Está difícil largar. Ah, se está!

Eis que a máquina judiciária dá sinais de vida, e começam a ligar os clientes, e-mails chegam e lá vamos nós de volta à roda-viva e de cara, aliás, de pronto, às voltas com Secretaria de Estado da Fazenda de São Paulo. Por que? Perguntamos, por que, tão burocrática se aqui em Minas basta uns cliques no site e já pula da impressora a certidão atualizada? Não sabemos, alguma razão há de ter, afinal, trata-se do primeiro estado da federação.

Não estivesse o diligente juízo mineiro intimando o inventariante sob pena de remoção... É mesmo animador, o processo mofa sem despacho nas petições reiteradas, de repente, surge uma sanha de agilização e intimida-se o inventariante, leia-se, o seu advogado, que luta com a distância, a burocracia, a boa vontade das gentes, a Administração...

Nada como uma intimação pessoal para animar a volta.

Um ótimo ano forense e civil, caríssimo leitor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O dia a dia de uma advogada, críticas e elogios aos juízes, notícias, vídeos e fotos do cotidiano forense

É provável que as tempestades continuem

Os alertas da meteorologia soam como anúncios destes tempos, assim como direi, nebulosos, incertos, infaustos. Exagero? Tente, então, fazer ...