Lobster Telephone, Salvador Dali 1936 |
Muito bem, meus caros (e bravos), leitores. Atendo a pedido e retorno à página. Um único pedido, na verdade, de preclaro leitor, o suficiente para reestabelecer o contato pela web. Sempre volto, é fato. As ausências, ainda bem que sentidas, têm diferentes motivos. No mais das vezes é de estupefação com as reviravoltas jurídicas que os tribunais superiores insistem em nos impingir. Assistimos atônitos. E silenciosos.
Cadê o Brasil? Cadê os brasileiros? É
o que me pergunto a cada decisão criativa e inovadora da nossa mais alta corte,
que ultimamente dedica-se a julgar processos reiterados envolvendo o Poder
Executivo, passado e presente, seus integrantes e entorno.
O curioso é que sempre a culpa vai
para o procedimento. Sempre há uma questão formal que fulmina de nulidade algo
já consolidado, ou muda da água para o vinho (ou vinagre) as narrativas em
curso.
Parece chapéu de mágico, dele tudo
sai.
Já dizia Heráclito, tudo flui. Mas assim também já é demais,
digo.
O mundo está perplexo com a
insegurança jurídica no Brasil. E os brasileiros com os desenhos que perpassam
tais decisões.
Disse o embaixador brasileiro em
Paris, Carlos Alves de Souza em 1962 acerca da crise das lagostas e do carnaval
satirizando as lagostas e o presidente francês, General De Gaulle: O Brasil não é um país sério[1].
Não se tratou de uma ofensa de um francês, mas autocrítica de um dos
nossos. Que, se vivo fosse teria palavras mais duras para o que vivemos hoje.
Depois de uma semana tenebrosa, a
passada, hoje, terça-feira, o Ministro Félix Fischer não nos decepcionou.
Enfim, suspira-se com alívio. Abriu a divergência e foi secundado pelos demais,
vencido o relator. Sem mais detalhes.
Conforme disse o Ministro Marco
Aurélio (durante altercação com o Presidente Fux e o Ministro Moraes, em sessão
virtual), vivemos tempos estranhos.
Confinados enquanto a pandemia grassa
e ceifa vidas aos montes.
Com o recrudescimento da Covid-19 tem-se
mais uma suspensão em Minas do expediente forense e dos prazos processuais. Até
de 12 a 19/03.
Link Suspensão de expediente no TJMG
Sobre o que falaremos amanhã? Ah, sim, o 4º ministro da saúde em plena pandemia. Os novos aliados do governo avisam pelos jornais que não terão paciência com o novato.
Nem a lagosta é nossa. Reservada ao
finíssimo menu do STF, degustadas, no plural, acompanhadas de vinhos com no mínimo 4 premiações internacionais (nesta parte específica do Edital algo remete aos brioches de Maria Antonieta), entre uma acalorada discussão
virtual e uma decisão cheia de ineditismo.
A cereja do bolo: o então desembargador Kassio Marques, vice-presidente da 1ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal (TRF-1), cassou a decisão liminar que havia suspendido a licitação do STF.
https://vejasp.abril.com.br/cidades/lagosta-vinho-ministros/
Meu Brasil brasileiro...
Sobre o que falaremos amanhã?
[1] O Brasil é um país que não deve ser levado à sério." Frase atribuída ao general, mas de origem negada por historiadores. Eles dizem que a frase é do embaixador brasileiro na França, Carlos Alves de Souza, dita ao jornalista Luiz Edgar de Andrade, na época correspondente do "Jornal do Brasil" em Paris. Depois de discutir com De Gaulle a "guerra da lagosta", em 1962, quando barcos franceses pescavam o crustáceo na costa brasileira, Souza relatou a Edgar o encontro dizendo-lhe que falaram sobre o samba carnavalesco "A lagosta é nossa", das caricaturas que faziam dele (De Gaulle), terminando a conversa assim: "Edgar, le Brésil n'est pas un pays sérieux". O jornalista mandou o despacho para o jornal e a frase acabou outorgada a De Gaulle.
https://pt.wikiquote.org/wiki/Charles_de_Gaulle.
Valéria, estamos caminhando para uma ditadura de esquerda. A passos largos diria. No Brasil até a direita é desorganizada. E o judiciário segue reinando ao arrepio da lei, ou da falta delas....
ResponderExcluirInfelizmente, Valéria não creio mais no STF e nem no Congresso. Votei no Bolsonaro e as realizações são omitidas por uma esquerda que quer ver o pior para o Brasil.
ResponderExcluir