12ª Vara Criminal de Cuiabá/MT - Audiência - Depoimento da mãe da vítima
Promotora: Primeiro, eu lamento profundamente sua perda. Tá? Com relação ao assassinato do C. O. B., o J. R. G. L., ele está sendo processado por ter matado o seu filho no dia 10 de setembro de 2016. Valendo-se de uma arma de fogo mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. O que a senhora sabe deste fato, dona Sílvia?
Mãe da vítima: O que eu sei... na época eu tava trabalhando e, eu conheci ele. Não lembro dele agora, vi ele aqui agora
Promotora: Ele quem?
Mãe da vítima: Esse homem (e aponta para trás sem se virar).
Promotora: A sra está constrangida de prestar o depoimento na frente dele?
Mãe da vítima: Não.
Promotora: Prefere que ele se retire?
Mãe da vítima: Não. Por mim pode ficar aqui, pra mim não é ninguém.
Juiz: É... com seu respeito, se a senhora quer respeito tem que dar respeito.
Promotora: Excelência, é uma vítima enlutada (alerta a promotora).
Juiz: Sim, aqui é o devido processo legal, néé... Está sendo processado, tem a promotora, tem o juiz, tem o advogado que não é excluído da...
Promotora: (Tentando acalmar a situação). Excelência, eu posso continuar a minha pergunta Excelência?
Juiz: (inaudível) respeito. Eu só peço então tem o juiz presidente do feito. eu peço a senhora que por mais que seje doloroso a senhora mantenha a serenidade ou inteligência, é, é, sobre esta circunstância é do réu acusado infelizmente de fato uma perda para a senhora.. Eu acho, tem ...
Mãe da vítima: Senhor, com o respeito da palavra, eu sou uma pessoa inteligente. O fato deu falar que ele não é ninguém, para mim não é ninguém. Isso aí não vai tirar o que eu vou falar aqui, nem vai tirar o que eu penso dele e que ele pensa a meu respeito. Eu não tô nem aí. Eu tô aqui para falar sobre o que aconteceu.
Promotora: Senhora, então, por favor, dona Sílvia, o momento da senhora. A senhora pode esclarecer como que o acusado matou seu filho. Eu não tô ouvindo. Alguém tá falando?
Juiz: Sim, eu estou falando
Promotora:Ah, desculpa. Dr., por que tá baixo.o som do senhor para mim.
Juiz: É...A senhora não tá faltando com o respeito (inaudível).
Mãe da vítima: Desculpa.
Juiz:tá certo... quando falo de inteligência emocional tem que ter, tem que ter, se não tiver vai ser difícil
Mãe da vítima:Se for isso...
Promotora:Não, não, Excelência, eu gostaria que a vítima pudesse manifestar. A vítima e seus familiares têm direito à informação. Ele tem direito a ser ouvido. Ele tem direito a ser acolhido pela Justiça. É só isso. Deixa ela falar. Eu só gostaria que ela falasse. O que que aconteceu.
Juiz: O que não pode é querer desafiar, Dra.
Promotora: Meu Deus, Dr.! Eu não acredito no que está acontecendo nesta audiência... A mãe da vítima tá manifestando, é muito difícil controlar o sentimento...
Juiz: Por que toda hora tem que falar? (Tom de voz alterado) Engoliu um rádio, uma radiola, Dra? De novo, Dra?
Promotora: Doutor...
Promotora: Eu não tô ouvindo o que o senhor tá falando. Eu já falei para o senhor...
Juiz: Não para de falar! (exaltado). Pare de falar, por favor!
Promotora: O microfone está baixo, não estou ouvindo.
Juiz: Está encerrada a audiência!
A mãe da vítima visivelmente perturbada levanta-se rapidamente e bate a mão na mesa.
Mãe da vítima: Da justiça divina não escapa! (para o réu).
Juiz: A senhora está presa! Senhora tá presa!
Promotora: Não, Dr. !!!
Sala das Audiências, 29 de setembro de 2023.
Desfecho: A mãe da vítima foi contida por dois homens e levada à Delegacia.
Noticiam os veículos que o juiz afirmou haver dado voz de prisão pelo fato da mãe da vítima haver danificado um patrimônio público (bebedouro) com um copo (de papel).
Inacreditável, mas verídico. Vídeo em alta na web.