Estimado e bravo, Leitor, você quer ser preso? E processado? Está claro que não! É o que responderiam 9 entre 10 leitores com um mínimo de juízo. Mas, olhe, é o que acontece neste Brasil quando uma pessoa dotada de senso de dignidade e indignação resolve acreditar no texto constitucional naquela parte sobre liberdade de expressão e pensamento e abre o verbo ou a escrita diante de desmandos, digo, atos praticados pela autoridade competente em desvio de finalidade.
Como todos sabem estamos no Brasil, estar no Brasil significa estar à mercê do subjetivismo travestido de autoridade. Duvidam? Ninguém em sã consciência duvida, acredito. Todos temos exemplos à mancheia.
O mote "Você quer ser preso?" (palavras proferidas pelo ministro Lewandowsky do STF em vídeo propagado pela web), pode ser substituído também por "você sabe com quem está falando?" Isso é o mau uso do Estado e do cargo. No episódio de ontem o ministro Lewandowsky quis mandar prender, dentro de uma aeronave que se deslocava de São Paulo para Brasília, o advogado Acioly que disse a ele, ministro, que tem vergonha do STF, ou que o STF é uma vergonha, algo assim.
Bem, o advogado não foi preso em São Paulo pela Polícia Federal, deixaram-no voar, mas em Brasília foi conduzido para depoimento na PF do aeroporto.
Casos assim, de prisão e processo acontecem quando um qualquer do povo resolve servir de mensageiro do sentimento popular diante de uma autoridade dita competente. Em lugar de receber a mensagem e meditar profundamente sobre ela, o que faz a autoridade sem estatura para o cargo? Pune o mensageiro atrevido, extrapolando e abusando da autoridade do cargo.
Aconteceu com o advogado Acioly, é de se registrar que isso acontece em toda parte, em São Paulo, em Brasília, em Minas, em todo o lugar no Brasil.
Se o estimado Leitor ainda não recebeu ameaça de prisão ou processo, das duas, uma, ou não está exercendo seus direitos constitucionais ativamente, ou tem tido a sorte de encontrar autoridades à altura do cargo.